O futebol brasileiro precisa valorizar os meninos da base. Não adianta obrigá-los a treinar com pessoas despreparadas para não atingirem os seus objetivos com competência. Já não bastam os dirigentes que discriminam principalmente se forem conterrâneos. O nascedouro de um jogador é a parte mais trabalhosa e importante. Você, internauta, não quer o melhor professor para o seu filho? No futebol é a mesma coisa porque também tem o curso primário, para se aprender o "B" a "Bá". Jogar futebol todos nós jogamos ou já jogamos, mas nem todos chegam a ser os artistas da bola. Há necessidade de um aprendizado. Um treinador de futebol de base devia ganhar muito bem e não ser aquele amigo do presidente ou mesmo por ter sido um ex-jogador. O estado do Ceará,assim como exportam grandes comediantes (talvez os melhores do Brasil), há muito tempo passou a exportar jogadores ainda crianças que,na sua maioria, vingou lá fora. Não é compreensível, não aproveitar os grandes treinadores cearenses que muito poderiam contribuir para a valorização do futebol brasileiro. Como explicar treinadores cearenses como Danilo Augusto e Mirandinha, já que conheço de perto o trabalho dos dois, não são contratados, por um prazo não inferior a quatro anos, para, com calma, trabalharem crianças de 12 a 16 anos! São, em minha opinião, dois excelentes profissionais que deveriam ser tratados com o maior carinho. O primeiro, já provou o seu valor trabalhando com crianças e adultos. O segundo, com aquela raça nordestina foi o primeiro jogador brasileiro a ser contratado pelo futebol inglês. Se eu for um dia presidente de um clube, onde eu estiver, eu os contrato. Tem lugar para os dois em qualquer clube do mundo. Imagine um menino assistir as partidas de futebol do cearense Mirandinha, na seleção, em grandes clubes brasileiros e na Europa. O trabalho já começa positivo. Quanto ao Danilo Augusto, a sua disciplina e o seu exemplo de ser um homem contrário aos vícios também ajuda a formação do cidadão. Dizer que os dois são polêmicos, é uma desculpa que não aceitação. E o importante de um contratação de um dos dois, é que naqueles momentos que o treinador dos profissionais resolve deixar o barco no meio de uma competição, qualquer um já conhece o elenco para dar continuidade ao trabalho até que contrate outro treinador.Mas,de repente,pode acontecer como no Flamengo com o Jaime de Almeida. E seria melhor se o clube tivesse um General Manager que aquele que recebe o novo treinador e diz o que pode ou não ser mudado no elenco. Economia para o clube,pois cada treinador quer agradar o seu empresário trazendo novos jogadores e pedindo a dispensa de outros.
Engraçado, o Romário, que fez tantas coisas erradas, também era polêmico.E foi eleito Senador. Os dois, sim, são de personalidades fortes. E são pessoas assim que o futebol brasileiro está precisando. E não profissionais que aceitam serem manipulados. O que se deve é respeito ao torcedor e justificar com resultados o que o clube paga. Não adianta, guardar reconhecimento e elogios para a hora do funeral. Esse é um dos motivos que não existe mais futebol com jogadores, mas, sim futebol de investidores (jogam nos pés de jogadores improdutivos e não mais nas patas de cavalos no jóquei) e de vaidosos dirigentes. Outro dia me perguntaram por qual razão que falo sempre no futebol de dirigentes. A resposta é sempre uma: “Nos últimos anos no Brasil,o dirigente contrata o que o ele acha ser o melhor e na hora da derrota a culpa é do treinador. Mas, se é ao contrário, nas entrevistas, faz questão dizer: eu contratei.
A minha esperança é que o meu amigo/irmão Jorge Mota , com todo o seu conhecimento, fora e dentro do futebol, leve o futebol cearense para o lugar que ele merece: ser destaque no Brasil e no mundo. Jorge Mota, meu amigo/irmão, tem uma personalidade forte, é independente, em todos os sentidos, um tricolor de verdade que poderia muito bem estar curtindo a sua bela aposentadoria do Banco do Brasil viajando pelo mundo. Mas, bem antes das eleições, estive em sua residência e ele foi claro ao me dizer: “Véi, Deus me colocou na disputa das eleições.Se for para o bem do Fortaleza, que eu vença”. Então, eu lhe disse,” vá em frente irmão, se não for à vontade de Deus em você fazer do Fortaleza de novo um forte no futebol brasileiro que você, também, se aposente como dirigente." Ele bateu a cabeça concordando e completou:" entrego nas mãos de Deus". O Jorge, como meu amigo particular - e que amigo! - sabe dos meus compromissos que me impedem em estar mais amiúde dentro do Pici. A torcida tem que continuar acreditando, porque eu acredito em São Jorge. Então, Salve Jorge!