Ser evangélico não é o suficiente!
Tenho muitos amigos espalhados pelo mundo. Muitos são católicos,espíritas e Evangélicos. Procuro escolher amigos que tratem o semelhante como eu trato: com respeito. O mundo está mudando! Se você não é chegado a uma roda de samba, regada a uma boa dose de cachaça,dificilmente você terá oportunidade de aumentar o número de amigos. Sim, porque tenho muitos conhecidos.
Há uma diferença grande de um amigo para um conhecido. Entretanto, tenho uma admiração muito grande pela maioria dos evangélicos que conheço.E dentre eles, tenho grandes amigos que me respeitam por eu respeitar as Leis de Deus e,assim como ELE nos ensinou, respeito o meu semelhante. É aquela máxima: o que eu não quero para mim não quero para o próximo.
Mas, continuando a falar a verdade neste espaço, fiquei decepcionado com um Vereador que se diz Evangélico. Não interessa a sua vida particular, mas, não aprovo uma pessoa que diz evangélica simplesmente para ocupar um espaço e aproveitar as eleições. A minha indignação foi o comportamento do referido Vereador ao segurar uma ficha de filiação de uma pessoa honesta, trabalhadora e grande pai de família que desejava sair do partido que é Presidente para se filiar em outro que é o partido verdadeiro de oposição ao atual Prefeito. O pior é que durante 30 meses de mandato, o Vereador brigou com o Prefeito querendo mostrar uma força que nunca teve. Durante a guerra política falou cobras e lagartos do Prefeito e iniciou a campanha de 2012, como um passe de mágica, divulgando ser o Prefeito uma pessoa inatacável. Ficou muito mal para o prefeito que não precisa do trabalho do Vereador. O gesto do Prefeito foi de caridade ao ver o Vereador descendo a ladeira. O Prefeito agiu como um verdadeiro Evangélico ajudando quem tanto precisava sair das trevas.E sem querer querendo, o Vereador é mais um que está atrapalhando a campanha de reeleição do Prefeito.Cada um que "ressuscita" decepciona os seus eleitores. Não acredito, pelos últimos acontecimentos, que o Vereador será reeleito, principalmente por aqueles verdadeiros evangélicos.
A seguir transcrevo uma mensagem muito bonita do meu amigo Pastor Paulo Cardoso para que os políticos evangélicos reflitam,ainda em tempo, quando forem lidar com o próximo:
ENCONTRO COM A VIDA
Trinta e cinco milhões de evangélicos. Esse é o dado do último censo realizado no Brasil.
A pergunta, no entanto, é: Quantos desses trinta e cinco milhões, de fato, já compreenderam o Evangelho de Jesus?
Porque compreender o Evangelho me leva a viver de um modo diferente. E quando digo diferente, não estou me referindo ao "diferente", normalmente, utilizado para dizer que a pessoa não fuma, não frequenta alguns lugares, não assiste determinados filmes, não fala palavrões ou que passou a frequentar os cultos de uma igreja cristã, algumas vezes por semana.
Não é sobre esse diferente que estou falando. Porque se esse fosse o diferente, seria superficial demais, cosmético demais, paliativo demais. Seria, como se diz "só para inglês ver". Esse diferente, até a educação e o bom senso podem produzir.
Eu conheço várias pessoas que não se consideram cristãs e que não fumam, não falam palavrões, não gostam de alguns filmes, não vão a certos lugares - não por uma questão de fé; mas, simplesmente, porque não gostam, não concordam ou porque sabem que não vai fazer bem à saúde e coisas assim.
Só que o diferente que eu estou falando é aquele onde o coração se torna mais compassivo, mais misericordioso, mais bondoso, mais limpo, mais verdadeiro, mais tolerante, mais caridoso, mais sensato, mais sábio, mais consciente, mais em paz, mais humilde, mais servo, mais voluntário, mais parecido com Jesus.
Se eu acho que compreendi o Evangelho, mas continuo preconceituoso, orgulhoso e insensível à dor do meu próximo; eu estou, completamente, enganado. Se eu acho que creio no Evangelho, mas eu não me compadeço, nem mesmo, de um familiar que está sofrendo com depressão ou ansiedade, eu estou, completamente, iludido. Se eu acho que eu conheci o Evangelho, e eu, nem mesmo, trato com misericórdia quem está sofrendo por causa de uma enfermidade; nem humano eu estou sendo, quanto mais cristão.
O Evangelho enternece o coração da gente. O Evangelho nos torna mais gente. O Evangelho nos ajuda a enxergar a nossa própria fragilidade e pequenez. O Evangelho nos faz ver que não há respostas prontas e nem fórmulas secretas. O Evangelho nos torna mais humanos. Nos faz mais parecidos com Jesus.
Será que as pessoas não percebem que conhecimento teológico ou bíblico não torna ninguém num seguidor de Jesus? Porque Ele disse que é manso e humilde de coração. E o que Ele quer nos dar é descanso para as nossas almas.
Há muita gente letrada na Bíblia, mas vazia do amor de Deus. É claro que elas querem ser amadas. E é claro que elas usam versículos para cobrar amor dos outros. Elas se vêem como vítimas do desamor e injustiçadas pelos outros. Mas, elas mesmas não vivem o amor. Não vivem a extravagância da graça. Pelo contrário, vivem de suas medidas e cálculos baseados na lei e nas regras rígidas e frias da religião.
Amor não é o que sentimos, mas o que fazemos. Deus amou o mundo e deu o Seu Filho. Daí que quando amamos, fazemos algo.
É aí que eu entendo que o amor é o único que autentica a vida com Deus. Ou seja, não há Deus se não há amor. Porque Deus é amor. E porque, sem amor, nada é feito em Deus e muito menos para Ele.
Quando falo de amor, falo dessa escolha de se doar pelo bem do outrohormônios. Mas aquela escolha da vontade de fazer o bem em nome de Jesus.
O amor lança fora o medo; mas, também lança fora o sentimento de vítima, o desejo de ser reconhecido, a luta por posições, o orgulho que nos faz olhar para as pessoas de cima para baixo, a arrogância religiosa, as disputas sem sentido e a falta de misericórdia.
O fato é que conhecer o Evangelho de Jesus é mergulhar na graça de Deus. Sem esse mergulho não existe Evangelho e nem compreensão dele. Pode haver cultura bíblica, conhecimento teológico, aparência de piedade; mas não há vida de Deus.
Que pena ver que o Evangelho foi transformado em uma simples doutrina a ser estudada. Que pena que há tanta gente que conhece a Bíblia, mas não reflete Jesus em sua vida. Que pena que as pessoas conseguem se considerar cristãs, mas não vêem que o alvo de tudo é ser como Jesus, amar a Deus e ao semelhante.
Quantas pessoas decoram capítulos inteiros da Bíblia, mas não podem se compadecer de um irmão que está fraco e doente. São capazes de explicar doutrinas e discorrer sobre os mais diversos temas da teologia, mas não expressam qualquer misericórdia e compaixão em sua vida.
O critério final do julgamento, segundo Mateus 25, não será o conhecimento bíblico ou teológico, mas o amor. "Tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber". Parece que ainda não entendemos que o que fazemos a um dos nosso irmãos ou irmãs estamos fazendo a Jesus.
Não dá para amar a Deus e odiar o meu irmão. Não dá para falar nas línguas dos anjos e dos homens e não viver o amor de Deus. Não dá para profetizar, operar sinais e prodígios, curar enfermos e libertar oprimidos, e não ser compassivo, misericordioso, bondoso e humilde de coração. O reino de Deus é fundado sobre o amor-ágape de Deus. O amor que escolhe buscar o bem do outro.
Não um amor romântico ou sentimental; mas um viver onde as escolhas tem haver com essa busca. Isso, sim, tem haver com o espírito do Evangelho de Jesus. O resto é o resto.
Que o Espírito Santo se derrame sobre nós e nos faça ver que não só sem fé é impossível agradar a Deus; mas que quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
O que interessa não é ser evangélico, é viver o Evangelho. O que interessa é ser de Jesus.
Pr. Paulo Cardoso